Quatro passos para resistir aos tempos difíceis
Por que as empresas menores são tão sensíveis à crise?
Garantir a competitividade com menor poder financeiro é um dos maiores desafios para as pequenas e médias empresas. Esse fator atrelado a processos internos com baixa maturidade, pode impedir o desenvolvimento sustentável e longevo da empresa.
Mudando o mindset em 4 passos
A primeira alternativa que as empresas buscam em momentos de dificuldade é controlar melhor os gastos. Porém, nem sempre basta simplesmente cortar custos. Rever processos internos de gestão traz mais eficiência, alocando melhor os recursos e otimizando as despesas.
A revisão de processos internos de gestão é uma ferramenta eficiente para otimizar despesas. Não basta simplesmente tentar cortar os custos.
A metodologia abaixo mostra 4 passos que te ajudam a alcançar este objetivo:
- Reveja sua produtividade
Uma das principais oportunidades de otimização de custos consiste na implantação de ações que aumentem a produtividade da equipe. O ganho de produtividade demanda tempo, esforço e, muitas vezes, investimento. Para o sucesso da iniciativa é fundamental definir metas, buscar oportunidades de sinergia entre áreas internas e se apoiar em boas referências de mercado para avaliar o posicionamento da empresa.
- Estruture sua área de suprimentos
A área de suprimentos não pode ser uma área burocrática responsável pela gestão de contratos, mas deve possuir um papel estratégico na organização. Essa mudança de mentalidade acontece com a busca por mais eficiência, não só nos processos de compras, mas nos processos de negócio da empresa. A área de suprimentos deve estar atenta à cadeia completa da organização, a fim de estabelecer relações de parceria, com benefícios alinhados e ganhos equiparados entre todos os elos da cadeia, instigando maior profissionalização da equipe, com metas bem definidas para os negociadores e um modelo de remuneração e mecanismos de reconhecimento meritocráticos.
- Otimize suas despesas de SG&A
As chamadas despesas de SG&A (Selling, General & Administrative) englobam as despesas gerais, administrativas e de vendas. Um erro comum nas empresas é focar totalmente na redução de custos operacionais e desconsiderar possíveis savings nas despesas de SG&A. Difundir o senso de dono da empresa entre os colaboradores é uma prática essencial para que, naturalmente, despesas elevadas e desnecessárias sejam eliminadas.
- Defina e controle seu orçamento
Um fator chave para o insucesso de muitas companhias é a baixa aderência ao orçamento, que se reflete diretamente no resultado financeiro da empresa. O primeiro passo para assegurar que o orçamento será factível, porém enxuto, consiste na sua elaboração através de uma metodologia que seja adequada ao momento da empresa. A primeira forma de definição do orçamento é o orçamento base-zero (OBZ), baseado na avaliação da necessidade de mão-de-obra e de materiais para atingimento dos objetivos de receita projetados. A segunda forma é o orçamento tradicional, baseado nos valores gastos em meses anteriores.
Saiba mais: Orçamento base zero
As vantagens e desvantagens da orçamentação base zero:
Vantagens:
– Possibilita alocação eficiente de recursos
– Evita orçamentos inflados
– Foca em projetos e processos alinhados aos objetivos da empresa
– Aumenta a comunicação e organização dentro da empresa
– Aumenta a flexibilidade e as inovações dentro das organizações diante de eventuais restrições
Desvantagens:
– Leva mais tempo do que a orçamentação tradicional, com justificativas para todos os itens do orçamento;
– Exige treinamento específico dos gestores
Uma vez definidos os valores do orçamento, é vital estruturar um processo de controle dos gastos, baseado em indicadores de aderência que devem ser acompanhados ao longo do ano e atrelados às metas dos gestores.
Em resumo, a eficiência na redução de gastos se apresenta como diferencial competitivo para empresas de menor porte tentando evitar que o cenário de crise econômica afete seus objetivos financeiros. Este, porém, é um caminho longo e que exige esforços na gestão não apenas processual e financeira, mas, principalmente, da cultura interna da companhia. É importante muita dedicação, alinhamento e foco para que a redução se dê da melhor forma.
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Sobre o autor
Pedro Faria é sócio da Visagio, especialista em projetos de redesenho de processos, reestruturação organizacional, orçamentação e data analytics com experiência nos setores de mineração, infraestrutura, manufatura entre outros.